07 setembro 2011

Cozido ou não?

Esta é a história da rã que não sabia que estava sendo cozida.

Da alegoria da Caverna de Platão a Matrix, passando pelas fábulas de La Fontaine, a linguagem simbólica é um meio privilegiado para induzir à reflexão e transmitir algumas idéias.Olivier Clerc, nesta breve história, através de uma metáfora, põe em evidência as funestas conseqüências da não consciência da mudança que afeta a  nossa saúde, nossas relações, a evolução social e o ambiente.

Imagine uma panela cheia de água fria, na qual nada, tranquilamente, uma pequena rã. Um pequeno fogo é aceso embaixo da panela, e a água se esquenta muito lentamente. Pouco a pouco, a água fica morna, e a rã, achando isso bastante agradável, continua a nadar, a temperatura da água continua subindo.. 

Agora, a água está quente mais do que a rã pode apreciar; ela se sente um pouco cansada, mas, não obstante isso, não se amedronta. Agora, a água está realmente quente, e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada; então, suporta e não faz nada.

A temperatura continua a subir, até quando a rã acaba simplesmente cozida e morta Se a mesma rã tivesse sido lançada diretamente na água a 50 graus, com um golpe de pernas ela teria pulado imediatamente para fora da panela. Isto mostra que, quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, reação alguma, oposição alguma, ou, alguma revolta.

Se nós olharmos para o que tem acontecido em nossa sociedade desde há algumas décadas, podemos ver que nós estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver, para a qual nós estamos nos acostumando. Uma quantidade de coisas que nos teriam feito horrorizar 20, 30 ou 40 anos atrás, foram pouco a pouco banalizadas e, hoje, apenas incomodam ou deixam completamente indiferente a maior parte das pessoas. Em nome do progresso, da ciência e do lucro, são efetuados ataques contínuos às liberdades individuais, à dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver; efetuados lentamente, mas inexoravelmente, com a constante cumplicidade das vítimas, desavisadas e, agora, incapazes de se defenderem. As previsões para nosso futuro, em vez de despertar reações e medidas preventivas, não fazem outra coisa a não ser a de preparar psicologicamente as pessoas a aceitarem algumas condições de vida decadentes, aliás, dramáticas. O martelar contínuo de informações, pela mídia, satura os cérebros, que não podem mais distinguir as coisas...

Quando falei pela primeira vez destas coisas, era para um amanhã. Agora, é para hoje!
Consciência, ou cozido, precisamos escolher!
Então, após 189 anos de independência, se não estamos como a rã, já meio cozidos, ainda podemos dar um saudável golpe de pernas, antes que seja tarde demais.

NÓS JÁ ESTAMOS MEIO COZIDOS?
OU NÃO?

Fonte: Olivier Clerc

1 comentários:

Beth Muniz disse...

Oi Josy,
O problema é que tendemos usar o banho-maria para cozinhar coisas ou desejos...
E aí, não há rã que aguente... kakakaka
Beijo!

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