19 setembro 2010

Doce de abóbora - Cora Coralina

Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem recheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.

Quantas pessoas diferentes vivem dentro de você? Nesta parte do poema Todas as Vidas, Cora Coralina fala sobre a cozinheira que mora dentro dela. Parece que a gente precisa ralar muito para descobrir o que nos faz feliz e, pelo caminho, entramos em várias ciladas. Quem nunca se meteu a fazer artesanato, escrever um blog ou abrir uma empresa que no final só rendeu histórias e boas gargalhadas?

Cora Coralina era assim: mulher, mãe, poetisa e doceira. Esta última faceta inspirou sua filha caçula, Vicência Brêtas Tahan, a reunir as delícias guardadas pela mãe em antigos cadernos amarelados. O resultado é o livro Cora Coralina - Doceira e Poeta, da Global Editora, no qual o leitor descobre que nada aconteceu de repente na vida de Cora. Nascida em Goiás e batizada com o nome Ana Lins dos Guimarães Peixoto, ela escrevia poesia desde os 14 anos, mas só teve seu primeiro livro publicado aos 76.

Já viúva, vendeu doces por muito tempo para comprar a casa velha da ponte, onde passou a infância, na cidade de Goiás Velho. Entre seus quitutes açucarados, os mais disputados eram a geléia de uva e o doce de abóbora. Mais do que receitas, o livro traz passagens, histórias, e claro, muitos poemas da goiana. Deleite-se!

Doce de abóbora

Ingredientes

2 kg de abóbora
1 colher (sopa) de cal virgem diluída em água, suficiente para cobrir a abóbora
Paus de canela e/ou cravos-da-índia a gosto
1 kg de açúcar
Água para a calda

Modo de Preparo

Descasque a abóbora, tire as sementes e corte em cubos (de 4 cm x 4 cm). Deixe descansar na água com a cal por 2 a 3 horas. Lave os cubos em água corrente, escorra e seque bem. Fure os pedaços com um garfo e reserve.

Faça no fogo uma calda fina de açúcar com água (fervida por aproximadamente 10 minutos), cubra a abóbora e deixe ferver em fogo brando até amaciar, com a canela e/ou o cravo-da-índia. Deixe apurar na calda até o dia seguinte.

Se quiser doces glaceados, retire os cubos da calda e escorra numa peneira. Volte a calda ao fogo para apurar bem. Passe os pedaços de abóbora pela calda e ponha em um tabuleiro para secar. Cora os secava ao sol.

Nota de Cora:

Não se deve mexer o doce para não quebrar os pedaços da abóbora. Se precisar virar no tacho, que seja cuidadosamente, pedaço a pedaço, com um garfo.

Fonte: bomdehumor.com.br
Foto google

5 comentários:

Jucifer disse...

so tenhu uma palavra
pra decrever tão grande escritora
"tudo de bom "

bjim guria!
naum sou muito doceira
e nem imaginava q num podia mexer as abobrihas!

Unknown disse...

Josy que grata surpresa,
Cora Coralina, agora gosto mais ainda.
Adoro doce de abobora.
Excelente post,
bjs,
Vitor.

Mr.Jones disse...

Josyyyyyy
babeiiiiiiiii!
:)
ahahaha

Unknown disse...

Que delicia... eu vou fazer!!!

Amei a receitinha!

Beijos e beijos...

Gessy Miloch disse...

Mais um dom da Cora Coralina??? Que delicia de receita... Adorei.

Um abraço

Gessy

Postar um comentário