06 novembro 2009

Ísis


Hoje, Cecília Meireles


E diz-me uma desconhecida:
"Mais depressa! Mais depressa!
"Que eu vou te levar a vida!...
"Finaliza! Recomeça!
"Transpõe glórias e pecados!..."
Eu não sei que voz seja essa
Nos meus ouvidos magoados:
Mas guardo a angústia e uma certeza
De ter os dias contados. . .
Rolo, assim, na correnteza
Da sorte que se acelera,
Entre margens de tristeza,
Sem palacios de quimera,
Sem paisagens de ventura,
Sem nada de primavera. . .
Lá vou, pela noite escura,
Pela noite de segredo,
Como um rio de loucura. . .
Tudo em volta sente medo. . .
E eu passo desiludida,
Porque sei que morro cedo. . .
Lá me vou despedida, sem juros. . .
Às vezes, quem vai, regressa. . .
E diz-me a Desconhecida:
"Mais depressa" Mais depressa "...



As imagens, textos e poemas deste post., estão hospedados na própria Internet. Caso alguém sinta- se lesado pela não citação da autoria, basta fazer contato que daremos os créditos ou tiramos a postagem do ar. Desde já, agradecemos à compreensão e colaboração de todos. Obrigada.

1 comentários:

Anônimo disse...

É... essa poesia, é bem realista.., não menos linda. nos leva a acreditar, que devemos viver, a vida, na sua totalidade, pois a qualquer momento, podemos partir, (o que é um fato), e muita coisa não ter realizado. Vamos viver, cada minuto, como se fosse o último... mas tem que pleno...

eu

Postar um comentário