10 outubro 2009

A Porta


Hoje, a poesia de Vinícius De Moraes


A Porta

Eu sou feita de madeira
Madeira, matéria morta
Mas não há coisa no mundo
Mais viva do que uma porta.

Eu abro devagarinho
Pra passar o menininho
Eu abro bem com cuidado
Pra passar o namorado

Eu abro bem prazenteira
Pra passar a cozinheira
Eu abro de sopetão
Pra passar o capitão.

Só não abro pra essa gente
Que diz (a mim bem me importa . . .)
Que se uma pessoa é burra
É burra como uma porta.


Eu sou muito inteligente!
Eu fecho a frente da casa
Fecho a frente do quartel
Fecho tudo nesse mundo

Só vivo aberta no céu!

1 comentários:

Anônimo disse...

Muito legal... Certa vez, encontrei uma porta entreaberta, e fui sutilmente entrando, bem devagar... fui entrando... fui entrando... Meu Deus!! Que maravilha! Quanta coisa linda encontrei lá dentro! Alegra...Carinho...Inocencia...Inteligencia... Amor...Ah! esse amor! Lá dentro, passei ums das fases mais feliz da minha vida... Precisei sair por um tempo, e tenho certeza, que "A PORTA" continua "entreaberta". Que bom!! eu

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