30 outubro 2009

Humildade

Hoje, a poesia de uma mulher simples, doceira de profissão.


Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.
Cora Coralina

2 comentários:

soninha disse...

Êta mulher arretada!Lindo demais.bjs e um sereno dia procê.

Anônimo disse...

Isso sim, é sabedoria! Liiindo...liiinndo! liiindo!! Show de Bola!! bjão! eu

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